“Atenção senhores passageiros, os bancos de cor laranja são destinados a gestantes, pessoas deficientes, idosos e pessoas com criança de colo. Seja solidário, ceda o lugar.” – Dizia assim a voz onipotente do trem que outorgava a maneira comportamental e via o futuro pré-programado, mas só havia uma pessoa no metrô, e ela estava sentada no banco laranja.
Um homem de terno azul alinhado com a gravata frouxa na mesma cor, mas ao contrário do estereotipo, não tinha o cabelo preso no gel, mas sim um cabelo cacheado e desgrenhado, acompanhado de seu terno amassado. Tinha uma pele morena com uma barba rala, fraca e mal feita. Ao seu lado esquerdo, em um banco esquerdo tinha um envelope pardo com algum conteúdo. Enquanto olhava para dentro do enorme copo de café de 600 ml vazio.
Olhava em seu celular, de algum modelo antigo que praticamente tinha um buraco no meio que não havia chegado ao visor, que horas eram. Faltavam uns 3 minutos para uma hora da manhã, e seu celular sem sinal. Não era tão surpreendentemente assim, o metrô da cidade de Andaluzia era algo fenomenal, um feito na sociedade de hoje. Um metrô à prova de terremoto, furacões, incêndio, ataques terroristas, dentre outros acidentes e catástrofes, mas o problema é que no Brasil não há catástrofes desse tipo, pelo menos não em Andaluzia. O povo daquela cidade compensava qualquer catástrofe.